Dez crenças católicas de Lutero

"Dez crenças católicas de Lutero''

 

Por João Marcos – Assoc. São Próspero

1. Crucifixos: “O costume de segurar um crucifixo diante de uma pessoa moribunda manteve muitos na fé cristã e os permitiu morrer com fé confidente no Cristo crucificado” (Sermons on John, cap.s 1-4, julho de 1537 a setembro de 1540).

2. Confissão privada: “O próprio Cristo colocou Sua Absolvição de Pecados nas mãos dos Seus seguidores... Deus, através do ser humano, liberta e absolve alguém dos seus pecados... se você quer desprezá-la e arrogantemente continuar sem Confissão, então devemos concluir que você não é cristão e não deverá aproveitar o Sacramento[2]” (A Brief Admonition to Confession[3], 1529)
 
3. Boas obras são expressão necessária da Fé verdadeira: “Mas os antinomianistas[4] não percebem que pregam Cristo sem o Espírito Santo, contra o Espírito Santo, ao permitirem que as pessoas continuem na sua vida antiga e mesmo assim as declaram salvas, quando a verdade é que o cristão precisa ter o Espírito Santo e assim viver uma nova vida, caso contrário ele não tem Cristo.” (On the Councils and the Churches, março de 1529)
 
4. O Batismo salva: “Através da Palavra de Deus, água se torna batismo, ou seja, um banho para a vida eterna, que lava os pecados e salva os homens.” (On the Councils and the Churches[5], março de 1529)

5. Jesus Corporalmente Presente na Eucaristia, onde Ele salva e deve ser adorado: “Ireneu e os Pais da Igreja apontaram o benefício de nosso corpo ser alimentado com o Corpo de Cristo, para que nossa fé e esperança cresçam e também nosso corpo viva eternamente a partir do Alimento eterno, que é o Corpo de Cristo, do qual se alimenta fisicamente” (That These Words of Christ, 'This Is My Body', etc., Still Stand Firm Against the Fanatics, março de 1527); “Não impeçam tal culto e adoração (...) não se pode condenar e acusar de heresia aqueles que adoram o Sacramento.” (The Adoration of the Sacrament[6], 1523)

6. O erro da contracepção e uma visão pró-vida:“Quantas moças evitam a gravidez e matam seus fetos, apesar da procriação ser obra de Deus! (...) A primeira classe dos esposos é daqueles que procuram ter uma descendência e têm desejo por esse tipo de vida, para se tornarem pais. Apesar do Pecado original também se fazer presente, a procriação é a principal causa. Estas pessoas são anjos em comparação com os outros, porque eles desejam o matrimônio para procriação. Mas eles são poucos...” (Lectures on Genesis, cap.s 21-25, maio de 1540).

7. Orações pelos mortos: “Dado que o Senhor não nos permitiu conhecer o que acontece com as almas daqueles que já se foram, nem como Ele lida com elas, não impediremos, nem contaremos como pecado, aqueles que rezam pelos mortos. Por que estamos certos pelo Evangelho que muitos ressuscitaram dos mortos, os quais, devemos confessar, ainda não receberam sua sentença final. Então, dado que isto é incerto e que ninguém sabe (...) não é pecado rezar por eles; mas [rezar] desta forma: 'Querido Deus, se as almas que partiram estão num estado em que ainda precisam de ajuda, então eu peço a vós que dê a Sua Graça a elas (...) a oração do coração, da devoção e da fé (...) ajudará as almas dos que já morreram” (Sermon for the First Sunday After Trinity[7], Lc 16,19-31. 1522-1523)

8. Virgindade Perpétua de Maria: “Uma nova mentira sobre mim está circulando. Dizem que eu preguei e escrevi que Maria, a Mãe de Deus, não era virgem antes ou depois do nascimento de Cristo, mas que ela concebeu Cristo através de José e teve mais filhos depois dEle.” (Tha Jesus Christ Was Born a Jew[8], 1523)

9. Maria foi concebida sem pecado: “(...)a infusão da alma (de Maria) é piedosamente acreditada como sem Pecado original. Tanto que, no momento da infusão da alma, o corpo foi simultaneamente purificado do Pecado original, e agraciado com Dons divinos para receber aquela alma santa infusa por Deus. Então, no seu primeiro momento de vida, ele [o corpo de Maria] estava livre de todo pecado.” (Sermão On the Day of Conception of Mary, the Mother of God, dezembro de 1527)

10. Uma Igreja infalível e indestrutível: “A igreja deve ensinar apenas a Palavra de Deus, e deve ter certeza dela. A igreja é o pilar e a coluna da verdade (1Tm 3,15), construída na rocha, chamada santa e irrepreensível (Ef 2,21). Então, pode-se dizer corretamente: ‘A igreja é incapaz de errar, porque a Palavra de Deus que ela ensina não pode errar’.” (Against Hanswurst, abril de 1541); “Mas se não temos sacerdotes ou Sacramentos válidos, então o Cristianismo e a Igreja não sobreviveram. Isto é o oposto do artigo [de fé] ‘Creio na igreja una, santa e cristã’ e das palavras de Cristo: ‘Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos’[9]. A isso eu respondo: ‘Primeiramente, a Igreja ou Cristandade permaneceu e permanecerá.” (The Private Mass and the Consecration of Priests, outubro de 1533)
 

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Lutero manteve todas essas crenças durante sua vida (vários exemplos acima são do final da sua vida), com exceção da Imaculada Conceição. Nos últimos anos (depois de 1530), ele passou a acreditar que Maria foi purificada do Pecado original na concepção de Cristo, e não na dela. Eu descrevi essa visão em meus estudos sobre (depois de ampla pesquisa) como “Imaculada Purificação”. Ele sempre acreditou que Maria não teve pecados temporal[10].

____O TEXTO QUE SEGUE é uma tradução livre de um artigo do Dave Armstrong, conhecido apologista católico, ex-protestante desde 1991 e um dos mais prolíficos apologistas em atividade. O artigo original ('The Catholic Luther? Wait… What?') encontra-se em "Patheos.Com".
 
Referência https://www.ofielcatolico.com.br/2006/06/dez-crencas-catolicas-de-lutero.html