O desespero incessante da vida sem Deus

Muitos ateus se comprazem em afirmar que os crentes são pessoas iludidas pela idéia da existência de Deus. Muitos discordarão desta alegação, inclusive o autor deste artigo. Mas este texto não tem como foco analisar a suposta ilusão daqueles que crêem e sim, analisar uma ilusão freqüente compartilhada por muitos daqueles que não crêem: a idéia de que Deus é irrelevante para a questão do sentido da vida. Será que se pode declarar a morte de Deus e, mesmo assim, alegremente afirmar que a vida possui sentido?

Neste cenário, faz alguma diferença fundamental o fato de o universo algum dia ter existido? Quer o universo tenha surgido ou não, no final das contas o resultado é o mesmo: um vazio negro, frio e inerte. Assim, como tudo acaba em nada, não faz diferença nenhuma se algo existiu ou não. Portanto, o universo não tem um sentido fundamenta [2].

O filósofo William Lane Craig apresenta o quadro em que estamos inseridos:

Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história. Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Sua vida pode ter importância relativa a certos acontecimentos, mas qual é o sentido fundamental desses acontecimentos? Se todos os acontecimentos não têm sentido, então que sentido fundamental pode haver em influenciá-los? No final das contas, não faz diferença.” [4]

Inventar um sentido para a vida pode até ajudar uma pessoa a se sentir bem. Mas esta invenção não passa de um auto-engano para ajudar a suportar a dura realidade da existência, visto que a vida continua sem sentido em termos objetivos do mesmo jeito.

Além de tudo, o universo não adquire sentido apenas porque alguém lhe atribui algum. Suponha que duas pessoas dêem sentidos diferentes ao universo. Quem tem razão? A resposta, é claro, nenhuma das duas. O mundo sem Deus permanece sem sentido em termos objetivos, não importa o que as pessoas pensem. Assim, atribuir um sentido ao universo não passa de um exercício de auto-engano [6].

Assim sendo, se Deus não existe, a vida não tem sentido. E se a vida não tem sentido, o homem que possui consciência desta verdade terá uma séria dificuldade para ser feliz. Portanto, a existência de um Deus amoroso é uma peça importante para a construção da felicidade.

Na hipótese de que o ateísmo seja verdadeiro, estamos diante deste quadro terrível sobre a condição humana. Mas se o Cristianismo é verdadeiro, então existe um poder de amor por trás do universo. Um poder pessoal de amor tão grande que todos os homens e mulheres, velhos e crianças são especiais para ele. Ele ama tanto o ser humano que há um significado em cada vida. Ele realmente sabe sobre a queda de todos os pardais e, até mesmo, os cabelos de cada pessoa estão contados.

É possível demonstrar racionalmente que o cristianismo é uma cosmovisão mais plausível do que o ateísmo[8]. No entanto, mesmo que as evidências para o ateísmo e para o cristianismo fossem equivalentes, uma pessoa racional deveria escolher o último. Todo ser humano deve buscar a verdade e evitar o erro. Mas, se as evidências que suportam as duas cosmovisões são ambíguas, não parece sensato preferir o desespero e a ausência de sentido do que uma vida com propósitos.

https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/estudos_biblicos/o_desespero_incessante_da_vida_sem_deus.html

 

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NOTAS

[1] NOGUEIRA, Salvador. Para onde vamos? Disponível em https://super.abril.com.br/revista/246/materia_revista_261312.shtml?pagina=1

[2] CRAIG, William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea. Tradução Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 2004. P. 59.

[3] Ibidem, p. 59.

[4] Ibidem, p. 58.

[5] Idem, A imprescindibilidade de bases meta-éticas teológicas para a moralidade. Disponível em https://www.apologia.com.br/?p=9

[6] Idem, op. cit., p. 64,65.

[7] RUSSELL, Bertrand. A free man´s worship. Disponível AQUI

[8] A pessoa que desejar analisar as evidências em favor da verdade do Cristianismo pode estudar os seguintes livros: CRAIG, William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea. São Paulo: Vida Nova, 2004; GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Editora Vida, 2006; STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo. São Paulo: Editora Vida, 2001; Idem, Em defesa da fé. São Paulo: Editora Vida, 2002. Pode-se estudar também os artigos disponíveis no blog Apologia https://www.apologia.com.br